Depois
de Renan Calheiros (AL) deixar a liderança do PMDB no Senado,
parlamentares peemedebistas buscam um nome capaz de “unificar” a maior
bancada da Casa, que tem 22 senadores.
A reunião para decidir quem ocupará a função estratégica para o governo
e para o partido está marcada para a próxima terça-feira (4).
Por se tratar do partido de Michel Temer, os peemedebistas querem um
perfil que tenha bom relacionamento com o presidente e que apoie as
reformas trabalhista e da Previdência Social.
Foi justamente por não atender a esses requisitos que Renan gerou descontentamento dentro da bancada e decidiu deixar a liderança antes de ser destituído pelos correligionários.
De acordo com parlamentares ouvidos pelo G1,
Raimundo Lira (PB), que presidiu a comissão especial do impeachment de
Dilma Rousseff, desponta como favorito para assumir a função. Nesta
sexta-feira (30), ele foi recebido por Temer no Palácio do Planalto.
Outro senador cotado para assumir a função, Garibaldi Alves (RN) disse à
reportagem que não quer assumir a função, porque neste momento está
mais dedicado ao estado. Investigado na Operação Lava Jato, o
parlamentar enfrenta um momento delicado na carreira política.
O primo do senador, o ex-ministro e ex-presidente da Câmara Henrique
Eduardo Alves está preso suspeito de participação em esquema de
corrupção na construção da Arena das Dunas em Natal.
Para Garibaldi, Raimundo Lira reúne as condições para assumir a função e
possui bom relacionamento com o líder do governo, Romero Jucá (RR), um
dos principais aliados e articuladores junto ao Palácio do Planalto.
“Raimundo Lira pode fazer uma boa parceria com o Jucá, apesar de não
ser tão combativo. Mas é um político muito habilidoso, conciliador e que
já prestou um bom serviço na comissão do impeachment”, opinou
Garibaldi.
Outro parlamentar do PMDB, que preferiu não se identificar, também
apontou Raimundo Lira como um bom nome para conduzir a bancada.
“Ele reúne todas as condições para liderar a bancada. Presidiu a
comissão do impeachment e possui bom diálogo com a oposição”, afirmou.
Procurado pelo G1, Lira disse que está conversando com outros peemedebistas para verificar se possui apoio para liderar a bancada.
“É fundamental que o novo líder una a bancada, porque desunida ela já
está. É importante, porém, o novo líder também contar com o apoio de
Renan e dos senadores ligados a ele. E a ligação com o Planalto tem que
existir porque a liderança é do PMDB e o governo é do PMDB”, opinou.
“Além disso, o líder tem que representar a vontade da maioria da bancada, o que não vinha acontecendo”, emendou.
Lira disse ainda que, dentro da bancada do PMDB, 17 senadores estão em “sintonia” com o Palácio do Planalto.
Além de Renan, que se afastou do governo nos últimos meses,
outros senadores, como Kátia Abreu (TO) e Roberto Requião (PR), são
considerados peemedebistas mais independentes ao Planalto.
Função de líder
A liderança do PMDB é uma das funções mais disputadas na Casa, isso
porque o partido forma a maior bancada (22 integrantes) e é a principal
legenda da base de sustentação do governo Michel Temer.
O líder da legenda tem a tarefa de defender os interesses do partido na
Casa, garantir votos e presenças em sessões no plenário. Além disso, o
líder deve reunir a bancada periodicamente para fortalecer a unidade do
partido. Cabe a quem ocupa o posto também indicar nomes da legenda para
comissões.
É o líder do partido o responsável por orientar o voto dos demais
senadores da bancada e, no plenário, o líder, por muitas vezes, fala em
nome do partido.
Os atuais presidentes das comissões de Constituição e Justiça, Edison
Lobão (PMDB-MA), e de Assuntos Sociais, Marta Suplicy (PMDB-SP), por
exemplo, foram indicados pelo líder do partido.
O presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza (PMDB-MA), embora
eleito pelos integrantes do colegiado, foi indicado para o conselho
também pela liderança do partido.
O líder do PMDB no Senado tem direito a uma equipe robusta de
servidores comissionados. O próximo líder terá à disposição cerca de 30
funcionários para assessorá-lo na condução da bancada.
Fonte: G1
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